"Excesso de realismo" é apontado como maior problema pelos críticos
"A má notícia é que os 48 quadros por segundo são tão chocantes que não sei se o público em geral vai gostar. Enquanto penso que a imagem melhorará até o lançamento, ver essa prévia foi como olhar para a vida real em uma tela de cinema - e não de uma forma boa. Você não tem mais um "borrão" dos movimentos. Você não pode mais esconder coisas no escuro. Assistir a Bilbo lutar com os trolls (o que parecia incrível), não se parecia com nada com nada que já eu já tenha visto projetado. Salvo que os efeitos visuais e a luz ainda não foram totalmente finalizados, foi uma mudança tão grande que, ao final da apresentação, eu não tinha certeza se queria assistir todo o filme no formato de 48 quadros por segundo. Isso realmente não era o que eu esperava dizer. No final, o Hobbit apenas não parecia algo cinematográfico, mas TV em alta definição. Talvez filmando em 48 quadros e depois projetando em 24 quadros por segundo resolva o problema. Quem sabe".
Já o The L.A Times deu ênfase ao aspecto "televisão de alta definição" das imagens:
Um comprador de Los Angeles declarou ao L.A. Times que a grande questão é "se o público quer ver filmes que pareçam reais ou não. Eu esperava uma diferença sutil, mas isso foi dramático. Isso pode funcionar contra a narrativa? Eu não sei. Mas não vou julgar o filme baseado em 10 minutos".
Para o The Wrap, o excesso de realismo em O Hobbit parecia ter mais impacto como uma novela do que um filme grandioso como Avatar. Ainda assim, "há muito para os fãs saborearem. Contudo, a riqueza da imaginação de Jackson, embora bela, foi marcada pois os 48 frames por segundo tornaram cada cena nítida demais, se é que isso é possível. Parecia mais real, real demais, para ser exato. Ao invés de uma experiência cinematográfica imersiva, a Terra Média parecia filmada de uma encenação ao vivo".
Outros sites também, como First Showing e Bad Ass Digest, tocaram na mesma questão do estranhamento causado pelo excesso de realismo das cenas. Ou seja, talvez os 48 quadros por segundo não sejam o futuro do cinema com James Cameron defendeu na CinemaCon do ano passado. De toda forma, como frisado em quase todas as impressões, Peter Jakson ainda tem muito trabalho pela frente na pós-produção do filme.
[ATUALIZADO, 28/4] Em conversa com o THR, Peter Jackson discutiu a polêmica dos 48 frames por segundo. Para ele, o formato realmente “leva um tempo para se acostumar. 10 minutos de cenas provavelmente foi pouco. Deveríamos ter feito mais. E é diferente ver um monte de clipe e cenas rápidas do que acompanhar uma narrativa [...] é, literalmente, uma nova experiência. Eu me acostumei relativamente rápido. Logo você esquece dos quadros a mais. É algo muito mais imersivo e o 3D em 48fps é mais gentil aos olhos".
Depois das reações negativas, Jackson descarta, porém, o lançamento de um trailer a 48fps. "Você precisa experimentar essa tecnologia em um filme inteiro. Em 2 minutos e meio não dá tempo para se acostumar. Muitos dos comentários que eu li dizem que foi uma experiência 'diferente', mas, no final, acho que diferente é algo positivo, especialmente para o 3D, especialmente para épicos que pretendem envolver o público na experiência narrativa".
Ao final, "esta tecnologia não vai parar e continuará evoluindo”, conclui.
Leia a defesa anterior de Peter Jackson aos 48 quadros por segundo
A primeira parte de O Hobbit - Uma Jornada Inesperada (The Hobbit - An Unxpected Journey) - estreia em 14 de dezembro de 2012 e o segundo, The Hobbit - There and Back Again, em 13 de dezembro de 2013.
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Fonte: Omelete - por Natália Bridi
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