Uma das dificuldades dos jogadores brasileiros do
Clássico Mundo das Trevas sempre foi determinar exatamente o que é o
Mundo das Trevas brasileiro.
Neste ponto, vi muitos Narradores se enrolarem – o que é natural, tendo
em vista que o cenário foi desenvolvido por autores estrangeiros, ainda
que tenha caído no nosso gosto.
Neste artigo eu não pretendo definir o que seria um Mundo das Trevas para o Brasil, mas fornecer alguns caminhos possíveis para
que ele possa ser adaptado às nossas particularidades sem, no entanto, encerrar o assunto.
Esta é a minha primeira tentativa de colocar em texto as minhas
concepções, enquanto Narradora, desenvolvidas ao longo de mais de uma
década no cenário, passando por diversos títulos, desde o clássico
Vampiro, passando por
Lobisomem,
Mago,
Changeling,
Vampiros do Oriente e mesmo Wraith. Espero que outras pessoas,
jogadores e Narradores, com experiências e concepções diferentes, se
manifestem nos comentários, para que o jogador que está chegando agora e
o Narrador que queira arriscar a sua primeira campanha possa ter uma
ideia de como isso vem sendo feito pelos jogadores brasileiros desde o
boom do Mundo das Trevas no Brasil até agora.
Priorizarei as capitais, uma vez que sempre vivi na região
metropolitana. Não conheço pessoalmente, infelizmente, muito do nosso
país vasto e culturalmente rico longe das grandes cidades, mas pude,
através de relatos, viagens, leitura de jornais, lendas ouvidas em
família, formar um conceito que busco aplicar para passar aos meus
jogadores as possibilidades de ambientar um jogo no nosso país,
utilizando as nossas particularidades pra dar o nosso jeito pro cenário.
Já deixo avisado de antemão: eu carreguei nas tintas. Afinal, este
não é o nosso mundo, é o Mundo das Trevas. Tenham sempre isso em mente,
afinal, RPG é um jogo, e geralmente, os personagens dos jogadores estão
tentando fazer alguma diferença em cidades desesperadas à beira do fim
do mundo.